RSS

Deficiência Mental

Na sociedade em que vivemos atualmente, sabemos que o preconceito e a discriminação que as pessoas com deficiência sofrem é fruto de um longo processo histórico, pois essas pessoas não tinham nenhum amparo tanto da sociedade e da área da saúde, quanto da educação e eram postas à margem da sociedade e propositalmente abandonadas.
De acordo com Fonseca (1995), o preconceito é uma problemática existente na sociedade, desde muito tempo a pessoa deficiente é descriminada e sendo assim, a sociedade acaba por afastar ou excluir essa pessoa que é “diferente” das outras apenas por possuir uma deficiência.
Por meio de muitos programas de inclusão e de tratamento, é possível contar com a ajuda da sociedade e do governo para diminuir a exclusão dos deficientes. Mazzotta (2003), diz que somente no início dos anos cinqüenta do século XX, é que houve mudanças na política educacional brasileira.
Duas das principais instituições que tratam de crianças com deficiência são a AACD e a APAE de São Paulo, que dão assistência aos portadores de deficiência fazendo-as sentirem-se parte integrante da sociedade.
A AACD, fundada no dia 14 de Setembro de 1950, tem unidades com classes especializadas para o atendimento a pessoas deficientes físicas para auxiliá-las no seu desenvolvimento, pois ainda estão em idade escolar. Já a APAE, é destinada para o atendimento a adolescentes excepcionais deficientes mentais treináveis para adquirir hábitos, experiências e poder realizar atividades que são indispensáveis para seu desenvolvimento.
Segundo Mrech (2004 apud Voivodic 1999), no ano de 1948 iniciaram-se alguns movimentos pela luta dos Direitos Humanos que foram retomados em movimentos sociais na década de 1960.
Por conta dessa luta, surgiu no país da França, a Pedagogia Institucional ou Pedagogia Revolucionária, trazendo uma nova visão sobre a Educação. Sobre isso salienta Voivodic (2004) dizendo que “a Pedagogia Institucional foi a primeira a perceber a importância do contexto educacional do aluno, revelando que, dependendo da forma como é visto o trabalho na escola, pode desenvolver-se ou não”.
É necessário que se tenha muita determinação principalmente, por parte dos profissionais que estão ligados á essas pessoas e que a instituição escolar ou da saúde, tenha dedicação e confiança no progresso dessa criança e acredite em seu desenvolvimento.
Dessa forma, o profissional que vai buscando mais recursos para auxiliar essa pessoa em seu desenvolvimento transformando-a em um cidadão independente e ciente de todos seus atos. Assim, terá um retorno satisfatório de seu trabalho que foi realizado com tanto empenho.
Ainda no ano de 1960, o principal objetivo das Instituições de Educação era integrar a pessoa com deficiência á sociedade em todas as suas instâncias. Assim, o aluno era inserido em classes especiais de acordo com sua idade mental dessa forma, Voivodic (2004) diz que a palavra inclusão traz um de seus muitos significados. Pois um de seus significados é o de garantir a participação de todos independente de suas incapacidades na sala de aula e dessa forma, acaba exterminando os serviços de apoio para o ensino especial. Serviço esse que é muito importante para o deficiente.
O sistema educacional também deve se preocupar em incluir-se nessas necessidades que o aluno possui, pois a escola será o início da vida em sociedade para as crianças que são deficientes.
Voivodic (2004) nos mostra que a partir das décadas de 1960 e 1970, foi que surgiram programas voltados para a integração escolar da pessoa com deficiência mental.
Fonseca (1995) ensina que é muito importante não privar o deficiente de experiências reais em nenhuma circunstância, pois todas as experiências são úteis para o seu aprendizado e seu ajustamento social.
Concordamos com Voivodic (2004) quando ela diz que o ensino especial é muito importante para o deficiente, pois não se deve incluir todas as crianças em sala de aula regular sendo que esta que possui uma deficiência não tenha acesso a nenhum outro tipo de atendimento.

3.1 Conceituando a deficiência

A Síndrome de Down é uma das deficiências mentais onde as diferenças físicas e as habilidades cognitivas são mais notáveis por conta das alterações genéticas que ocorre no momento da concepção por esse motivo, o seu desenvolvimento em comparação ás crianças que não tem deficiência é mais lento.
Portanto, o profissional que trabalha com essa criança tem que ter em mente que sua formação é essencial para a sua aprendizagem.
De acordo com Fonseca (1995), a pessoa Deficiente Mental, é aquela que não apresenta as mesmas características existentes na maioria das outras que são tidas como normais. Esta diferença é percebida desde sua formação física até em seu momento de interação com outras pessoas, apresentando assim, um comportamento diferenciado, pois não vêem e ouvem igualmente bem.
Para José e Coelho (2008), desde a infância pode-se perceber na criança o seu desenvolvimento tardio, pois não anda e não fala no tempo que é determinado para as outras crianças que são chamadas de normais. Por conseqüência á isso, a sua aprendizagem é mais lenta.
De acordo com Filho (2001), a criança afetada pela Síndrome de Down tem seu desenvolvimento lento. Por isso o estímulo paciente e carinhoso é essencial para o seu desenvolvimento motor.
Já Fonseca (1995), diz que assim como a paralisia cerebral apresenta um fator problema de envolvimento neuro-motor, a Deficiência Mental também apresenta a sua inferioridade intelectual generalizada. Ele explica que nem sempre a criança que tem dificuldades de aprendizagem, significa que ela seja deficiente mental. Pois esses dois termos são confundidos com freqüência por profissionais para aqueles que têm dificuldades em acompanhar o segmento das normas disciplinares ou até mesmo por motivos que estão ligados ás práticas escolares.
Ferreira e Guimarães (2008) afirmam que o indivíduo deficiente é aquele que é incapacitado de realizar atividades essenciais para a vida.
Por isso, que esse indivíduo deve ser muito estimulado para o desenvolvimento de suas habilidades interpessoais e que seja independente a ponto de pedir instruções e solicitar ajuda.
Portanto, todas as atividades que são desenvolvidas para esse aluno deve ter o objetivo de desenvolvê-lo para que ele seja capaz de enfrentar situações problemas e ter bons resultados ou não.
José e Coelho (2008), explicam que a deficiência mental pode ser diagnosticada através de três tipos de exames:
O pré-natal, que é um acompanhamento médico durante a gestação;
Os perinatais, que são precauções necessárias no momento do parto; e os pós-natais que é um acompanhamento que a criança recebe durante a vida.
Assim, a deficiência mental é explicada por Fonseca, Ferreira e Guimarães e José e Coelho e Filho, como um lento processo de desenvolvimento fisiológico, psicológico e anatômico.
Segundo Guimarães (et. al 2008), aprender é uma criação criativa, individual, heterogênea e regulada pelo sujeito da aprendizagem, independente de sua condição intelectual ser mais ou menos privilegiada. E o professor deve estar atento com o modo de como este sujeito reage diante a este processo de ensino e aprendizagem.


3.2 Causas fatores da deficiência


De acordo com Fonseca (1995), uma das principais causas da Deficiência Mental está associada á gestação e ligada a acidentes neonatais e perinatais que ocorrem com mais freqüência em classes pobres. Geralmente dentro dessa classe social, principalmente a nutrição da gestante e do bebê é muito falha, pois tanto a gestante quanto o bebê não recebem uma quantidade necessária de nutrientes para o seu organismo. Esses nutrientes são fundamentais para o desenvolvimento do bebê e podem ser encontrados em proteínas, carboidratos, gorduras, o cálcio, o ferro, a vitamina A, vitamina B, vitamina C, vitamina D, vitamina E, vitamina O, vitamina B1, vitamina B12 e fibras.
Segundo José e Coelho (2008), a deficiência mental também ocorre pelo casamento consangüíneo, ou seja, pelo casamento de primos de primeiro grau ou irmão, pelo contato com pessoas portadoras de doenças infecciosas (como sarampo, rubéola, e outros), consumo de bebidas alcoólicas e o fumo que colocam em risco a saúde do bebê.
Outro importante fator da deficiência que é destacado por Fonseca (1995), é a falta de estímulos que essa criança recebe ao longo da vida e de suas condições de higiene, sócio-econômicas e sócio-cultural. Pois são questões muito importantes para o desenvolvimento da criança.
Uma criança bem alimentada, limpa e estimulada, consegue desenvolver suas habilidades com resultados mais rápidos do que uma criança em situação inversa.
A deficiência mental pode ser percebida durante as fases da vida e no seu convívio social principalmente na escola onde a criança passa a maior parte de seu tempo.
Voivodic (2008) afirma que a síndrome de Down foi à primeira deficiência a ser associada como uma aberração cromossômica, pois ela é uma causa genética da deficiência mental.
Brunoni (1999 apud Voivodic 2008), explica que a Síndrome de Down é um desequilíbrio na constituição cromossômica, ou seja, é um cromossomo a mais no par 21, e acaba recebendo o nome de trissomia (grifo nosso).
“O termo trissomia refere-se á presença de um cromossomo a mais no cariótipo de uma pessoa, fazendo com que o número total de cromossomo na Síndrome de Down seja 47 e não 46.” (VOIVODIC, 2008).
De acordo com Oliveira Filho (2001), a maior parte dos casos de trissomia do cromossomo 21, ocorre por conta da idade da mãe. O risco de nascer uma criança com síndrome de Down é de 1 em 1.000 se a mãe tiver 30 anos de idade ou mais.
Schwartzman (1999 apud Voivodic 2008) afirma que a Síndrome de Down também pode acontecer em filhos de mulheres mais velhas pelo fato de não haver produção de novos óvulos e essa incidência se enquadra nos ambientes endógenos que é o mais importante, pois trata da idade da mulher.
A Síndrome de Down está mais ligada á idade da mãe do que a do pai, pois o homem não oferece nenhum tipo de risco á Síndrome de Down, pois os seus espermatozóides estão sempre em produção.
Voivodic (2008) explica que a trissomia simples, a translocação e o mosaicismo são comprometimentos cromossômicos que podem causar a Síndrome de Down.
A trissomia simples acontece quando não há a junção do cromossomo 21. Casos como esses ocorrem com mais freqüência quando os pais apresentam o cariótipo normal e acidentalmente acontece a trissomia.
O agrupamento da trissomia por translocação ocorre por conta da sobreposição do cromossomo do par 21 e outro. Assim, causando uma quebra em sua região central. Na maioria das vazes, não é possível notar qualquer diferença clínica em crianças que possuem a trissomia simples ou a por translocação, pois só é possível perceber a diferença em apenas 2% dos casos.
O moisacismo ocorre também em cerca de 2% dos casos por conta de um percentual de células normais e trissômicas. Voivodic (2008) afirma que até o momento a explicação para esse fenômeno é desconhecida, mas a probabilidade de o moisacismo ocorrer em uma família é muito pequena.
Filho (2001) destaca que a pessoa que nasce com Síndrome de Down tem o seu desenvolvimento da linguagem e motora mais lento em comparação ás outras pessoas que nascem sem a síndrome.
Voivodic (2008) e Filho (2001), afirmam que algumas das características físicas da criança com Síndrome de Down são:
Cabeça achatada;
Mãos e boca pequenas;
Prega palmar única;
Apresenta bastante pele na nuca;
Voivodic (2008) diz que a Síndrome de Down recebe este nome em homenagem ao médico inglês John Langdon Down que foi um médico Inglês descrevendo no ano 1866 pela primeira vez a Síndrome observando características semelhantes de crianças da Mongólia. Mais tarde no ano de 1958, foi descoberto pelo francês Jerome Lejeune que a observação realizada por John Langdon Down com essas pessoas tratava de uma síndrome genética.


3.4 Consequências do deficiente mental


Segundo Fonseca (1995), os seres humanos assim como os animais, vivem em constante aprendizagem principalmente para garantir a sobrevivência. Mas a diferença entre o homem e o animal é muito grande, pois o animal constrói a sua aprendizagem apenas para sobreviver enquanto o homem, além de garantir a sua sobrevivência constrói o seu conhecimento de acordo com suas necessidades.
Desse modo, a evolução acontece constantemente a partir do surgimento de novas tecnologias e estímulos e, para que haja a evolução, é muito importante que o homem faça a interação com o presente e o passado adequando cada vez mais as novas tecnologias com a suas necessidades.
Fonseca (1995) destaca também, que a definição médica para o Deficiente Mental acaba sendo definida por questões éticas, morais, legais e não por uma constatação realmente médica e sim, pela sociedade.
É destacado também por Fonseca (1995), o papel que é exercido pela família que em muitas vezes, prefere exilar o deficiente mental. Afinal, o deficiente tem os mesmos direitos e deveres como qualquer outro cidadão e não podem ser “escondidos” da sociedade.
De acordo com Voivodic (2008), a educação influência muito na evolução da criança com Síndrome de Down, pois essa educação ocorre em situações formais e informais.
A educação informal acontece primeiramente na família, pois ela é o primeiro grupo social onde qualquer indivíduo seja deficiente ou não, desenvolve o seu comportamento social, emocional e cognitivo. Assim, a família é fundamental para a criança principalmente para aquela que é portadora da Síndrome de Down.
Rodrigo e Palácios (1998 apud Voivodic 2008) destacam que o fato de não haver a educação informal para crianças com deficiência mental não depende apenas do grau que foi afetado e sim, principalmente, a do ambiente familiar.
Melero (1999 apud Voivodic 2008), fala que a insegurança que a mãe tem ao saber que seu filho tem Síndrome de Down, pode fazer com que as experiências futuras que essa criança terá, possa trazer resultados insatisfatórios.
É muito importante que a família esteja preparada logo após o diagnóstico médico para receber essa criança, pois em muitos casos, como é destacado por Voivodic (2008), a família deposita uma série de expectativas durante a concepção do bebê e frustra-se com tais expectativas após o diagnóstico médico, pois, como continua Polity “contrariar estas expectativas pode ser ameaçador para algumas famílias” (POLITY, 2000 apud VOIVODIC 2008, p.49).
A educação formal é aquela que acontece na escola é uma fase importante para o desenvolvimento na formação de qualquer indivíduo, é nela, onde passamos a maior parte de nossas e onde somos avaliados constantemente identificando nossas habilidades e competências.
Também é o local de socialização entre as outras pessoas onde trocamos idéias e discutimos fatos que acontecem no dia-a-dia.
De acordo com Voivodic (2008), é na escola onde estabelecemos padrões para a convivência social.
Ferreira e Guimarães (2003) falam que foi criada toda uma estrutura de classes especiais para alunos com necessidades especiais em escolas da rede pública, para garantir a educação para o deficiente mental. Mas, infelizmente esta classe especial não está sendo utilizada para os devidos fins e sim, para atender outras necessidades disciplinares de classes de ensino regular.
Por conta da criação dessas classes especiais, que Voivodic (2008) destaca que no ano de 1960 houve um enorme número de criação de centros de reabilitação, associações para deficientes, entre outros. Destaca também, que as escolas especiais mostram que é possível educar os deficientes mentais mesmo que sua deficiência seja com um grau muito alto de comprometimento.
Não basta apenas o aluno estar matriculado em escola de ensino regular, ter um número satisfatório de centros de reabilitação e que o professor esteja capacitado para trabalhar com este aluno. É muito importante também, ter a colaboração das famílias e do governo e ter os materiais necessários acessíveis para que se obtenham resultados satisfatórios no desenvolvimento desse aluno.
Portanto, a partir do momento em que todos colaborarem e tratarem o deficiente mental igual á todas as outras pessoas respeitando seus deveres e direitos, é que poderemos perceber a mudança no comportamento da sociedade.

0 comentários:

Postar um comentário

Write here, about you and your blog.
 
Copyright 2009 Blog prof. Regis All rights reserved.
Blogger Templates created by Deluxe Templates
Wordpress Theme by EZwpthemes